Em um tempo não muito distante lutávamos para sermos livres uns dos outros, hoje lutamos para sermos livres de nós mesmos. Antes haviam prisões físicas em forma de escravidão, machismo e muitas outras opressões visíveis a olho nu, visivelmente falando elas acabaram, mas elas continuam entre nós, cada um escondendo dentro de si, um pedacinho da opressão, da pressão, a maldição da prisão social, doenças criadas por nós mesmos, das quais remédio algum pode curar, talvez mascarar, mais não curar. A ignorância gera violência, o preconceito que afugenta, que cria a infelicidade alheia, as paixões descontroladas que geram vícios, que geram a ansiedade, a ânsia de dias melhores, o medo do medo, os olhares sociais que nos prendem em grades de sangue e suor que quebra os corações diferentes, “os estranhos” que saem de suas grades buscando um lugar ao sol, querem libertar os velhos, eles querem prender os jovens. Algumas mentes florescem, outras murcham, umas envelhecem, outras rejuvenescem, a diferença social é agora mental, a tarja preta é a nova senzala do século atual.
Este livro é um grito de liberdade de um escravo da sociedade, a junção da fantasia com a poesia, da poesia com o dia-a-dia, da vida e de suas maravilhas, cada personagem trás em si uma carta sangrada de alforria, quebre suas grades ao ler a vida, deixe sua cela mental para trás esquecida, liberte-se para viver de forma evoluída.