A FELICIDADE É AQUI

A FELICIDADE É AQUI Luiz Alberto Py


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Luiz Alberto Py sabe que conselho é algo fácil de ser dado e difícil de ser posto em prática. Ele sabe também que já se escreveu muito sobre a busca da felicidade. No entanto, psicanalista experiente que é, o autor se deu conta de que, embora todo mundo queira ser feliz, muita gente não percebe a diferença entre o que é e o que não é felicidade, pois é comum confundi-la com várias outras coisas. É por isso que ele lança agora A felicidade é aqui: lições de antiga sabedoria, livro em que defende a teoria de que a felicidade é um fenômeno que ocorre dentro de cada um, em função de suas estruturas psicológicas. O propósito da obra é ajudar, por meio de reflexões simples, a desenvolver o potencial para ser feliz que todos possuem.



Segundo Py, quando a felicidade é associada a objetos, poderes, pessoas ou qualquer outra coisa concreta, ela está vinculada a bases pouco sólidas, pois tudo que é concreto e exterior a nós pode ser perdido. Como dizia o filósofo Epícuro, citado pelo autor, "não temos que nos satisfazer com pouco, porém melhor desfrutam a abundância os que dela menos dependem. Aquilo que é natural costuma ser mais fácil de se conseguir; difícil é tudo o que é inútil". É bom sentir um desejo por tempo suficiente para aprender sua importância. E é melhor ainda que a felicidade não dependa da satisfação desse desejo.



O livro reserva alguns capítulos à morte. Pode parecer estranho tratar desse tema quando o assunto principal é a felicidade. Mas faz todo sentido: o autor acredita que quando se tem em mente que a morte virá um dia, percebe-se que os valores morais são mais importantes que os objetivos meramente materiais. Não é na morte que se perde a vida, mas desperdiçando nosso precioso e curto tempo com coisas sem importância. Ou seja: a certeza da morte, para quem é sábio, pode contribuir para a felicidade. No entanto, as pessoas insistem em temê-la, sem se dar conta de que ela nada significa. Afinal de contas, enquanto vivemos, a morte não está presente. E quando ela surge, deixamos de viver, já não estamos presentes. Portanto, a morte nada é tanto para os vivos quanto para os mortos.



O psicanalista também atenta para a importância da gratidão, do amor, do caráter, do aprendizado, do perdão, da espiritualidade, da auto-estima e da fé. E ele chama atenção para uma série de armadilhas em que o ser humano costuma se meter. Por exemplo: sonhar é bom, quando se tenta concretizar o sonho; caso contrário, ele é usado como substituto da realidade, e não se pode ser feliz assim. Outro perigo: compaixão só é um sentimento positivo se for desenvolvido em relação a outros, pois ter pena de si mesmo é um veneno para a alma.



O medo também mereceu um espaço considerável no livro, por ser útil para apontar um perigo que possa ser evitado. Mas que fique bem claro: o que for inevitável deve ser enfrentado, pois viver sempre é perigoso. Além disso, a maior parte das medidas de precaução tem um valor tão alto que não valem a pena. Embora praticamente tudo de ruim seja possível de acontecer, quase nada é provável de ocorrer de fato. Por isso que as dificuldades devem ser encaradas como desafios, para que elas sejam uma razão para lutar. Por outro lado, se as chamamos de problema, então passamos a ter um.



Py recorre a este mesmo princípio quando fala do amor. Segundo ele, mais de 90% dos relacionamentos amorosos acabam, e é praticamente certo que pelo menos uma das duas pessoas envolvidas sofra. Mas a vida ressurge, sempre, desde que se lute por isso. Como escreve o autor, "a vida é uma aventura ousada; ou nada".
















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Helena
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14/06/2010 20:43:18

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