A Guerra de Mourinho

No dia 8 de maio de 2013, José Mourinho soluçava desenfreadamente. A notícia tinha caído como uma bomba: já se sabia quem iria suceder a Alex Ferguson à frente do Manchester United. E não, não era um dos maiores treinadores de todos os tempos, mas sim o apagado David Moyes, que nunca tinha ganho nada na vida. Chegava ao fim de um sonho de anos. E justamente no momento mais negro da carreira de Mourinho - que após um tempestuoso reinado à frente do Real Madrid, estava à beira de ser despedido.
A "Guerra de Mourinho" é a história de três anos de um confronto épico entre o treinador português e o resto do mundo: da imprensa espanhola, à afición madrista; de Florentino Pérez a jogadores como Iker Casillas ou o próprio Cristiano Ronaldo. E, enquanto isso, na sombra, a puxar os cordelinhos, outra figura participava direta ou indiretamente no drama: o superpoderoso empresário português Jorge Mendes.
O poder do empresário sobre Mourinho surge aqui a uma nova luz. Vemos como Mendes trabalhou durante anos a ida do treinador para o Real. Como se incompatibilizou com Marcelo, retaliou a contratação forçada (e polêmica) de Fábio Coentrão. Como vendeu Pepe ao Real por um valor estratosférico, ou como tentou impor (via Mourinho) a venda de Hugo Almeida para o mesmo clube...
Diego Torres, jornalista do El País desde 1997, e com um acesso privilegiado aos bastidores, revela-nos um mundo que desconhecíamos. Vemos os jogadores a impedirem Ronaldo de agredir Mourinho numa discussão violenta, vemos Mourinho a ser literalmente estrangulado por Ballesteros, ouvimos o treinador a obrigar os jogadores a dizerem exatamente o que ele quer nas conferências de imprensa. E assistimos ao crescendo tensão, que escalaria até à guerra aberta em várias frentes, dos jogadores à direção.
A "Guerra de Mourinho" é o seu bilhete de entrada nos bastidores do palco dos sonhos - que para Mourinho se tornou no pior pesadelo da sua carreira.

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