A guerra do fim do mundo / Mário Vargas Llosa ; trad. Salvato Telles de Menezes. 1a ed. Lisboa: Dom Quixote, 2001. [ISBN: 9722019538 ] '-' Guerra de Canudos é ainda hoje um acontecimento ímpar na história do Brasil, e Mario Vargas Llosa apresenta neste romance um brutal e poderoso retrato deste momento tão singular. Canudos, uma remota localidade do Nordeste brasileiro, foi, nos finais do século XIX, palco de um movimento de tipo messiânico que desembocou numa violenta guerra civil, na qual morreram milhares de brasileiros. Em A Guerra do Fim do Mundo, Mario Vargas Llosa dá vida a uma soberba galeria de personagens de ambos os lados da contenda, que, passo a passo, chegará a atingir proporções delirantes.
[Prefácio de António Mega Ferreira]:
Em finais do século XIX, no Brasil, no sertão da Baía, um vasto movimento popular formado em torno de um místico – António Conselheiro – funda uma sociedade à margem do mundo oficial. O governo do Rio de Janeiro reage, enviando uma pequena força militar para “repor a ordem”. Mas a resistência foi imediata e eficaz, obrigando a tropa a fugir. E com isto se dá início à Guerra de Canudos, para a qual foram mobilizados milhares de soldados que, depois de muitos mortos, os sublevados são, enfim, esmagados a ferro e fogo. É a história desta guerra que, sob a forma de romance – e que extraordinário romance! – Mario Vargas Llosa nos conta neste seu livro.
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Mario Vargas Llosa - PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 2010
Mario Vargas Llosa nasceu no Peru, em março de 1936. Em 1959 abandona o seu país e, graças a uma bolsa, ingressa na Universidade Complutense de Madrid, onde faz provas de doutoramento, fixando-se de seguida em Paris. Sempre próximo da penúria, foi locutor de rádio, jornalista e professor de espanhol — tinha apenas publicado um primeiro livro de contos. Regressa ao Peru em 1964 e casa no ano seguinte com a sua prima Patricia Llosa, com quem parte para a Europa em 1967, tendo vivido até 1974 na Grécia, em Paris, Londres e Barcelona — após o que regressa novamente ao Peru. O seu afastamento em relação ao regime de Havana (que visitara pela primeira vez em 1965) irá marcar toda a sua biografia política e literária a partir de 1971. Em Lima pode, finalmente, dedicar-se em exclusivo à literatura e ao jornalismo, nunca abandonando a intervenção política que o levou, em 1990, a aceitar candidatar-se à Presidência da República – depois disso fixou-se em Londres e, mais recentemente, entre Paris e Madrid, escrevendo romances, ensaios literários, peças jornalísticas e percorrendo o mundo como professor visitante em várias universidades. Entre os muitos prémios que recebeu contam-se o Rómulo Gallegos (1967), o Príncipe das Astúrias (1986) ou o Cervantes (1994). Foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 2010.
Ficção / Literatura Estrangeira