MACHADO DE ASSIS, em texto de crítica literária, afirmou certa vez que o "que se deve exigir antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu país". Historiadores são seres obcecados em entender o "sentimento íntimo" de homens e mulheres de outras épocas, a forma como acontecem no "seu tempo e no seu país". Com duas importantes exceções, este volume reúne textos de historiadores sociais sobre literatos e literatura. Ao invés de pensar de forma essencialista ou idealista nas relações entre "literatura e história", o que nos interessa é inserir autores e obras literárias específicas em processos históricos determinados. Romancistas, poetas e cronistas aparecem aqui inseridos na arena das polêmicas e conflitos de sua contemporaneidade, são sujeitos e personagens das histórias que contam. A cada autor e obra o "seu tempo" e o "seu país", tal o mote comum aos textos reunidos neste coletânea.