Oranje é seu nome, Oranje se muda. No fundo do armário do novo apartamento, Oranje encontra um instrumento sem função.
"Abriu a gaveta e lá dormiam pinças e agulhas envoltas em gaze uma gaze manchada do fluido dum corpo ou de dois; dependendo o ritual a máquina branca acoplada, as agulhas, tudo sugere um procedimento cirúrgico simples, uma gaveta no armário escuro a madeira o apartamento novo a vida nova começava assim. Oranje era seu nome; Oranje esse dia hesitou.
Saiu da casa velha e agora a casa nova um achincalho parecendo sério no canto de armário quem desleixaria algo assim que um dia rasgou um corpo de gente ou de bicho: a gaze molhada dos fluidos. Já tinha limpado os armários da cozinha o sucrilhos a castanha a quinoa a semente de linhaça dourada em vidros separados a cenoura já ralada no pote, o leitinho tão branco a porta a geladeira branquinha reluzia, o banheiro a escova de seus dentes a escova macia no encaixador de escovas de dentes mas no armário do quarto não viu: A Máquina. (…)”
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