Lembro-me do dia em que, pela primeira vez, a vi roubar um beijo. Claro, ela já roubara muitos outros antes; era o que se podia chamar de profissional. Seu histórico de roubos vinha desde muito cedo, eu soube depois. Suas vítimas eram geralmente pessoas sozinhas e distraídas, cujos pensamentos voavam mais ou menos na mesma altura dos sonhos de uma criança. Talvez fosse assim que acontecesse, duas mentes floridas que se encontravam antes do cruzar de olhos. Depois viria o beijo. Sempre.
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