A mente corpórea

Hoje a lógica interior de investigação em psicologia cognitiva, linguística, neurociência, inteligência artificial, teoria evolucionista e imunologia parece incorporar cada vez mais elementos de trabalho com uma orientação de enacção. Neste livro foi desenvolvida a situação com um certo detalhe no campo da robótica, não porque pensemos que tais produtos de engenharia sejam o resultado final desta orientação científica, mas, antes para tornar claro que em qualquer programa concreto de investigação mesmo os níveis mais pragmáticos são atingidos. Neste momento o debate encontra-se aceso e assim os investigadores não terão qualquer dúvida em subscrever várias posições intermédias e em esquematizar conclusões epistemológicas de certo modo diferentes.
Estes debates indicam que um programa de enacção deixou de ser propriedade de alguns investigadores excêntricos, passando a ser um programa de investigação vivo e diferente que continua em desenvolvimento. Apresentado o programa de enacção em ciência cognitiva, vimos não só que a cognição é acção corporalizada e, desse modo, intimamente ligada a histórias que são vividas, mas também que essas histórias vividas são o resultado da evolução como tendência natural.
Deste modo, a nossa corporalidade humana e o mundo que é actuado pela nossa história de acoplamento reflecte apenas um dos muitos caminhos evolucionários possíveis. Somos sempre constrangidos pelo caminho que estabelecemos, mas não existe um fundamento último que possa prescrever os passos que damos. É precisamente esta falta de um fundamento último que foi evocada em vários pontos deste livro ao referir a ausência de um fundamento. Esta ausência de fundamento no estabelecimento de um caminho é a questão filosófica fundamental que falta discutir.