A Minha Andorinha

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A Minha Andorinha (Penisulares #74)





“Não há nada pior que um ajuntamento espontâneo de populares. Juntam-se muito neste país. É para ver quem morreu ou para espancar um desgraçado que matou os filhos e as galinhas. É para jogar à vermelhinha ou para comprar Lacostes da treta que, em vez de um crocodilo, têm um sardão das Berlengas. À mínima desculpa os populares, que estão maçados e anseiam distracção, juntam-se. Deveria ser proibido, fora de feiras e romarias. Bem vistas as coisas, também deveriam ser proibidas as feiras e as romarias, porque já está demonstrado que encorajam o contacto entre as pessoas. […]
Mas não divaguemos porque há muito para desbastar. Por exemplo, aqueles pedintes que, em vez de apresentar oralmente o seu apelo, no estilo tradicional, produzem um extenso texto miserabilista, escrito em português ilegível, a dizer que já estiveram melhor e que praticamente estão como hão-de ir. Aquelas senhoras que sabem os nomes de todos os bolos e fazem gala disso. Em vez de apontar com o dedo, para a montra, como os mortais comuns que têm mais que fazer, começam a recitar as suas cabalas maçónicas: “Um jesuíta, uma margarida, um charleston, um torno-mecânico-de-seis-bicos, um berimbau, um gonzaguinha e dois pastéis de nata.””
Miguel Esteves Cardoso

Literatura Estrangeira

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Carol Galvão
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