Para a maioria de nós, Sigmund Freud, que nasceu há 153 anos, é conhecido principalmente como um provocativo e controverso estudante da psicologia individual. Ele é o homem que teorizou o inconsciente e o complexo de Édipo.
O que é menos sabido — e talvez mais importante — é que Freud devotou a fase final, e talvez a fase mais frutífera de sua carreira, a refletir sobre cultura e política. Em seus trabalhos tardios, Freud apresentou ideias contundentes sobre a dinâmica interna da vida política em geral e sobre a tirania em particular.
“Em Psicologia de grupo e análise do ego, Totem e tabu, O futuro de uma ilusão e muitas outras obras, Freud refletiria sobre o que faz seres humanos reagirem bem a tiranos — não apenas obedecendo-lhes, mas os admirando e amando. Em certo sentido, ele logo começaria a pensar com profundidade sobre o homem que o jovem Adolf Hitler, como ele residente da cidade de Viena em 1909, se tornaria e também sobre todos os tiranos que seguiriam Hitler ao longo do século XX e no início do século XXI.”
Edmunson explica como Freud descreveu a erotização do relacionamento das massas com um líder absolutista, os traços desse líder, o porquê do apelo de sua mensagem onde tudo é preto ou branco — a moral sem ambiguidades confere ao populacho um senso de propósito, liberta a mente de ansiedades, e dá permissão para punir quem não faça parte do grupo.