[...] foi ao espaço infernal das cadeias que o historiador Caiuá Cardoso Al-Alam voltou seus interesses durante anos e nos legou este precioso trabalho de pesquisa que ora é apresentado ao público. Foi um investimento de fôlego através do qual o autor descobriu outra cidade de Pelotas, além daquela das elites charqueadoras, ilustradas e escravistas. Caiuá, numa produtiva postura iconoclasta, até mesmo ousa erguer a cadeia e seus habitantes como símbolos ultrajados de uma municipalidade orgulhosa. Num jogo histórico de proposital amnésia social, as elites nacionais (e municipais) preferiram varrer para debaixo dos tapetes as identidades e memórias incômodas, os dejetos sociais, os projetos carcerários ineficientes (Paulo Roberto Staudt Moreira)
História