A oposição operária 1920-1921

A Oposição Operária foi a mais importante e consequente tendência organizada de contestação ao rumo que estavam a seguir a partido bolchevique e a revolução soviética após 1919, protagonizada pela “oposição de esquerda”, conjunto de correntes e tendências que buscavam, dentro do partido, alternativas capazes de salvar a revolução. As primeiras manifestações desse mal-estar surgem em 1918, acerca da paz de Brest-Litovsk, sendo genericamente apelidadas de “esquerdistas”. A Oposição Operária não só foi, de entre essas tendências, a corrente ideológica e politicamente mais estruturada e influente, como dispôs de forte apoio e implantação operária, principalmente nos sindicatos dos metalúrgicos, tendo como principais figuras Alexandra Kollontai e os líderes do Sindicato dos Metalúrgicos Chiliapnikov (também membro do Comitê Central dos Sindicatos) e Medvdev.

Em 1920 os grupos da “oposição de esquerda”, Oposição Operária e Centralismo Democrático, elegem 124 delegados para a conferência regional do partido reunida em Moscou e as tendências alinhadas com Lênin: 157. Consideradas por Lênin “uma ameaça para a revolução”, há uma primeira tentativa de afastar a Oposição Operária da direção do Sindicatos dos Metalúrgicos com a apresentação pelo Comitê Central do Partido de uma lista que é rejeitada pelos operários, na Conferência do sindicato em 1921. O que é conseguido em 1922, numa conferência sindical em que a palavra é dada principalmente aos principais dirigentes do Partido.
A Oposição Operária surgiu em 1920, tendo sido proibida em 1921 por decisão do 10º Congresso do partido comunista russo, que também adota a NEP. Em 1922, o 11º Congresso cria uma comissão para inquirir sobre as atividades da Oposição Operária e elege Stálin como secretário-geral do partido.

Oposição Operária 1920-1921 é um texto de Alexandra Kollontai, de apresentação ao 10º Congresso do Partido da plataforma daquela tendência e das suas propostas de salvação da revolução. É por isso um documento de enorme importância, tanto para entender o que na altura estava de facto em discussão e, depois, a inevitabilidade de degeneração da revolução russa.

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