A política externa do Brasil: presente e futuro

A política externa do Brasil: presente e futuro Paulo Gouvêa da Costa


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A política externa do Brasil: presente e futuro





Palestras realizadas durante a

Conferência Política Externa do Brasil – Diagnóstico e Perspectivas,

promovida em São Paulo, em 31 de agosto de 2009, pela Fundação

Liberdade e Cidadania em parceria com a Associação Comercial de São

Paulo e com o apoio do Instituto Teotônio Vilella e a Fundação Astrojildo

Pereira. Dos sete autores, apenas Roberto Abdenur, convidado, não

pode comparecer, mas fez questão de participar do livro.

O encontro proporcionou, para uma platéia de 600 pessoas, a

maioria estudantes de universidades paulistas, e também políticos, intelectuais

e jornalistas, uma análise profunda, de alta qualidade técnica,

sobre a condução da diplomacia brasileira na chamada “Era Lula”. A

principal conclusão é a de que nos últimos anos houve um desmanche

da política externa brasileira, cujo foco foi reduzido a, praticamente,

um único objetivo no momento inatingível: conquistar uma cadeira no

Conselho de Segurança da ONU.

Ao longo de quase oito anos à frente do Itamaraty, o PT escolheu

o caminho de apoiar governos com os quais se identifica ideologicamente

deixando de lado o profissionalismo e a isenção que sempre marcaram

a diplomacia brasileira. O Barão do Rio Branco dizia que “em toda parte lembro-me da Pátria”. A diplomacia petista subverteu esta máxima,

trocando-a por “em todo lugar me lembro do partido”. Uma atitude que

fica claríssima quando o governo brasileiro decide interferir nas eleições

da Bolívia e do Paraguai, nas concessões feitas ao Equador e à Venezuela,

quando faz uso do BNDES para financiar governos companheiros e resolve,

contrariando uma das linhas mestras da política externa brasileira,

interferir em assuntos internos da República de Honduras.

A partidarização da política exterior do Brasil é criticada por

este time de competentes diplomatas e pelo jornalista, para os quais ela

deve ser encarada como uma política de Estado, jamais de um governo.

Os governos passam, o Estado fica e o sucesso das ações diplomáticas

de longo prazo é fruto desta perspectiva.

Hoje, o Brasil faz política externa personalista jogando para a

platéia. Não construiu visão de longo prazo, e muito menos uma estratégia.

Acabou mais distante das grandes potências ao trilhar o caminho

da ingenuidade abrindo uma série de representações diplomáticas na

África, como se a eleição para o Conselho de Segurança da ONU fosse

uma questão de números, uma questão matemática, quando sabemos

que é muito mais profunda e depende do reconhecimento de uma liderança

real, concreta, de longo prazo.

Ao longo dos sete textos que compõem este volume fica claro

que o governo Lula gerou a desordem na nossa política externa,

transformando-a num carnaval ideológico. As conseqüências futuras,

como veremos, são inevitáveis.

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