A Prática Pedagógica

Referindo-se, no início destas conferências, aos movimentos educacionais reformistas de sua época, Rudolf Steiner alerta para o perigo de se conduzir a educação segundo cosmovisões unilaterais. Segundo ele, seguir esta ou aquela corrente nada significa quando não se possui uma visão múltipla e completa do educando, compreendendo principalmente suas necessidades anímicas. 'Pedagogia com alma' é a fórmula aqui recomendada por ele, que ressalta também a observação a vida humana inteira para a prática educacional. Nesse sentido, cabe saber distiguir entre as atividades anímicas desde a mais terna infância até a maturidade - mas sobretudo no segundo setênio, que corresponde à escolaridade do ensino fundamental. Só a partir de tal conhecimento é possível estruturar o ensino da maneira correspondente às reais necessidades da criança, levando-a a aprender como decorrência natural do brincar, e não como obrigação árida e maçante. Indicando procedimentos metodológicos adequados, Steiner mostra como o paulatino amadurecimento infantil vai propiciando a introdução dos conteúdos pedagógicos necessários, desde que se observem as características de cada fase ou idade para a elaboração do currículo. Também a postura do professor, em seu próprio esforço autoeducativo, é de grande relevância para o ensino - que além de tudo pode ter ainda um caráter terapêutico e um aspecto social, preparando seres humanos tanto individual como socialmente saudáveis. Assim, educar para a vida vem a ser a verdadeira meta de uma pedagogia voltada ao desenvolvimento integral dos alunos, para que estes assuma seu papel no amplo contexto da humanidade.