Esta nova edição de A precarização tem rosto de mulher surge em um mundo diferente daquele em que foi publicada pela primeira vez. Há dez anos, a crise econômica mundial explodia e ainda hoje se desenvolve, convertendo-se em crise orgânica e abrindo espaço para governos bonapartistas e rebeliões. Mas tal crise também abriu alas à luta de classes e à reaparição da classe trabalhadora no centro das ações, com a greve geral na França.
A novidade que mais nos interessa destacar, no entanto, é a emergência de um novo movimento feminista internacional que - diferente da primeira onda, na qual o central das reivindicações eram os direitos civis, ou da segunda, que forjou a relação entre o espectro pessoal com o político - está apontando o indissolúvel vínculo entre a opressão às mulheres e a exploração capitalista. A precarização tem rosto de mulher demonstra toda sua validez e - por que não dizer - sua acertada antecipação de uma reflexão que, do ponto de vista das mais oprimidas dentre os explorados, como as mulheres negras, se torna para nós urgentemente necessária.
Política / Sociologia