A República do Silêncio é a narrativa da "República Manhuassu", proclamada pelo Coronel Serafim Tibúrcio da Costa no dia 10 de maio de 1896 e esmagada pelas tropas federais 22 dias depois, dois de junho. O episódio foi efêmero, porém o significado extrapolou as fronteiras do Município de Manhuaçu para lançar luz sobre a história do Leste Mineiro com seu passado de desmatamento em prol do café e surgimento de coronéis, na trilha do mandonismo e do clientelismo desenfreados e violentos.
A Proclamação da República do Brasil, cinco anos antes, ao trocar o primeiro escalão da Monarquia pelo segundo, a República, deixou um vazio de poder que se prolongou até 1930. O Leste de Minas, região esquecida pelas autoridades federais e estaduais, arbitrariamente traçado longe do litoral para preservar as riquezas minerais para a Metrópole, foi marcado por conflitos semelhantes ao da "República Manhuassu", desde o Caparaó, perto da Zona da Mata até o Contestado, nas bordas do Jequitinhonha. A linguagem do autor é acadêmica ao deixar aflorar as agruras na procura de "provas" para dar credibilidade ao acontecimento da "República Manhuassu", e ao silêncio estabelecido nesses anos transcorridos. A leitura enriquece.
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