A Rosa dos Ventos da Mistificação

A Rosa dos Ventos da Mistificação

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A Rosa dos Ventos da Mistificação (Edmundo Gouvêa Cardillo)





Quando se trata de fraudes e adulterações no reino dos produtos de consumo, a denúncia é no geral admitida e louvada como legitima defesa, própria ou de terceiros.
Quando se trata de fraudes e adulterações no domínio do espírito, onde as consequências costumam ser tempestuosas e fatais, a denúncia alertadora, ainda que mais corajosa, é menos avaliada e pode passar, conforme o meio social, inteiramente despercebida. Filtre acusar a presença de micróbios poluidores em garrafas de água mineral e denunciar embustes em certos livros, o consumidor colhe em ambos os casos um proveito apreciável.
O que o Senhor Edmundo Cardillo cuida fazer no presente volume e que se inscreve nesta última categoria é um trabalho de policiamento intelectual, uma vez que traz à pesquisa e à discussão um determinado número de produtos cerebrinos dados ao uso corrente, sem restrições quanto às respectivas fraudes.
Pode ser que, ao final do livro, o leitor não esteja de acordo em um ou outro sentido, o que não espantaria o mais consumado e mais sábio dos escritores. Mas, o leitor não negará que a leitura foi pitoresca, absorvente, saborosa, enriquecedora e útil.
Um amigo costumava me dizer que entrara sempre no clube dos agradecidos a Rui Barbosa, pois desde que começou a usar as Cartas da Inglaterra, à noite ao deitar, sarou completamente da insônia.
Estes efeitos ninguém colherá nas páginas de A Rosa-dos-Ventos da Mistificação, ainda que, à noite e abusando.
Elas são mais carregadas de anfetaminas e pervitins euforizantes que bolso de calça americana em festa de cabeludos.
Edmundo Cardillo, sendo um ânimo guerreiro, um contestador nato, onde ele está, onde ele age ou Influi, há sempre tilintar de armas templárias ou saladinas, um fosforejar de projéteis luminosos ou, às vezes, um berrar de velhas garruchas, mais trocistas que matadeiras. Ele gosta de repetir o conceltuoso Ingenieros, segundo o qual "el hombre medíocre es solemne". E não se paramenta de nenhuma solenidade.
Entretanto, o autor é um homem de convicções; e convicções sustentadas em poderoso travejamento de cultura.
Sua inteligência não tem frugalidades, nem dietas ou dispepsias; é uma inteligência bulímica, de uma espantosa capacidade devoradora.
Neste volume se encontrará amostra da pluralidade dos seus conhecimentos, da abundância de suas leituras e, portanto, da consistência, vigor e peso de suas palavras.
O caso das notas que acompanham o texto, de qual ele se excusa, mas que o leitor lhe agradecerá, quando nada por aquelas notas fornecerem proveitosas indicações bibliográficas, sublinha o seu ecletismo e o seu esmero na documentação dos argumentos.
Tais notas muitas vezes brindam o leitor com uma espécie de segundo livro à margem do livro.
Seja o filósofo, seja o parapsicologista, seja o teósofo, seja o lama tibetano, cada um destes quatro "Fantasmas" aqui se manifesta fora do habitat fantasmal, a uma luz de sala operatória que permite examiná-los até onde um fantasma pode ser examinado.
Acompanhar essas operações que Edmundo Cardillo faz no astral, isto é, segundo uma inteligência ocultista, é coisa que me parece Inteira novidade nas letras nacionais.

Esoterismo / Filosofia / Literatura Brasileira / Psicologia / Religião e Espiritualidade / Sociologia

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