Em Affonso Romano de Sant'Anna não se pode dissociar o poeta do cronista, o professor do poeta. Eles estão imantados. Onde um principia, o outro conclui. Isto é o que prova A sedução da palavra, a indicar, a cada página, que muitas são as formas da sedução pelo verbo, que ateia o fogo dos significados.
A palavra condena e absolve a aventura humana sobre a Terra, libera maldições e encantamentos, choro e riso. "Palavra, palavra, palavra, quanto fazes vibrar as cordas do meu coração!" diz um velho poeta eslavo, aprisionado nas cavernas d'alma. E Sant'Anna vai ao encontro desses lamentos para explicar os mistérios da sedução do texto.
Washington Araújo