A Sociologia como Crítica Social (Biblioteca de Ciências Sociais)

A presença marcante de ideias conservadoras e radicais no pensamento sociológico e as relações historicamente mutáveis entre elas são, segundo o autor deste livro, ao mesmo tempo óbvias e difíceis de serem interpretadas. Alguns autores ainda gostariam de opor uma "sociologia burguesa" (que seria conservadora) a uma "teoria marxista" (que seria radical), mas este ponto de vista já não é mais tão amplamente difundido. Atualmente, o marxismo pode servir, em algumas sociedades, para manter um determinado estado de coisas e inibir a crítica. Em outros lugares, pelo menos em suas formas mais ortodoxas, pode ser visto como tendo perdido algo de seu impulso radical, não mais se apoiando sobre os principais conflitos e problemas da época, consequentemente, perdendo seu caráter liberador.
Esta coletânea de ensaios, na maior parte publicados nos últimos dez anos, engloba uma concepção do pensamento sociológico como análise crítica das teorias e doutrinas sociais, das instituições e dos regimes políticos, e dos recentes movimentos sociais. Seu objeto particular são algumas versões conservadoras da Sociologia, a par de algumas tentativas no sentido de desenvolver teorias mais radicais, constituindo, na verdade, uma extensão dos trabalhos anteriores do autor sobre classes, elites e política. O capítulo introdutório discute as relações entre Sociologia, ideologia e ação política, valendo-se da experiência pessoal do autor, e posteriores reflexões, sobre os movimentos sociais da última década, e sua interrupção. O livro encontra unidade temática em sua tentativa crítica de formular novas bases intelectuais para uma futura política igualitária.

Não-ficção / Sociologia