Por mais controvertida e emocionalmente perturbadora que ainda seja, a ideia de que um doente em estado terminal queira e possa terminar seu sofrimento físico e psicológico por meio da auto-liberação, isto é, do suicídio, está cada vez mais presente na consciência dos indivíduos e das sociedades contemporâneas.
Quando a medicina e a farmacologia, apesar de seu considerável progresso técnico-científico ao longo deste século, se vêem incapacitadas de dar qualquer solução que atenue a angústia e as dores de um canceroso, de um portador da doença de Alzheimer ou de esclerose amiortrófica lateral - quadros patológicos realmente incuráveis depois de certo tempo -, por que é que se deve prolongar artificialmente a vida - e os sofrimentos dos pacientes? - Para esperar que um milagre ocorra? - Porque princípios éticos ou religiosos condenam qualquer participação voluntária da morte?