A torre da Barbela, de Ruben A.: aspectos do surrealismo (Atena Editora)

A torre da Barbela, de Ruben A.: aspectos do surrealismo (Atena Editora) GABRIELA CRISTINA BORBOREMA BOZZO


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A torre da Barbela, de Ruben A.: aspectos do surrealismo (Atena Editora)





O enredo de A Torre da Barbela (1966), de Ruben A., traz uma riquíssima narrativa sobre uma Torre que, no tempo em que transcorre a narrativa, se tornou monumento nacional. Nela vive um caseiro que também é seu guia e recebe turistas diariamente. Contudo, o que o senso comum desconhece é a realidade noturna do local: durante as noites, oito séculos de gerações da família Barbela saem de suas valas e habitam a Torre. Sobre esse tecido narrativo, entra a estética surrealista a partir, principalmente, dos conceitos de suprarrealidade e eu autêntico, uma análise do narrador, pensando nas suas diferentes instâncias, das relações entre a realidade e a ficção e da face histórica do romance, bem como a sua face como alegoria de Portugal. O presente trabalho propôs, em um primeiro momento de sua extensão, analisar os aspectos da estética surrealista no romance português A Torre da Barbela (1966), de Ruben A. Além disso, propôs-se uma breve análise acerca do narrador desse romance, seguida de uma discussão das relações entre realidade e ficção presentes em seu tecido narrativo.

Para a presente análise, foi imprescindível a leitura de Carlos Gomes (1995), sobretudo de André Breton (1924-19299) e de Alejo Carpentier (1928). Para a análise do narrador, foram utilizados, principalmente, os autores Maria Célia Leonel (2000), Wayne Booth (1980) e Oscar Tacca (1983). Quanto às relações entre realidade e ficção, foram analisados os conceitos propostos por Wolfgang Iser (1996) e Roland Barthes (1972). Já para a discussão final acerca da face histórica do romance, foram analisadas as observações propostas no ensaio de Maria de Fátima Marinho (2012). A partir dos objetivos traçados, os aspectos surrealistas no romance de Ruben A. foram analisados, chegando a conclusão de que ele é regido tanto pelas revoltas surrealistas quanto pela suprarrealidade proposta por Breton. Além disso, o personagem Cavaleiro foi analisado a partir do eu autêntico de Carpentier. No estudo do narrador, foi possível notar as instâncias narradoras que regem o romance e a ironia típica de seu autor empírico. Acerca das relações entre realidade e ficção, foi possível analisar a tríade proposta por Iser em três realidades diferentes: social, sentimental e emocional. Já acerca das considerações propostas por Barthes, observou-se que a narrativa segue o estilo descritivo da Idade Média. E, enfim, a partir da discussão de Maria de Fátima Marinho, foi possível analisar a face alegórica do romance. Foi possível concluir, no presente estudo, que o romance de Ruben A. é regido pela estética surrealista, bem como é possível de ser analisado a partir da tríade real-fictício-imaginário. Observou-se, ainda, que a narrativa segue o modelo de descição da Idade Média, o que foi analisado como complemento da referência a essa época feita pelo personagem Cavaleiro. Além disso, foi possível analisar a narrativa de Ruben A. como uma riquíssima metáfora de Portugal.

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