A tradução na formação da tradição japonesa

A tradução na formação da tradição japonesa Nathália da Silveira Martins


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A tradução na formação da tradição japonesa


um panorama sobre tradução até o período Meiji




A Tradução na Formação da Tradição Japonesa: um panorama sobre tradução até o período Meiji, de Nathália Martins, é uma obra única na história dos estudos japoneses no Brasil, abordando a escrita, a língua e a literatura do Japão a partir de uma perspectiva tradutória. O texto transcende mesmo a área em que se inscreve, promovendo uma reflexão mais ampla sobre a cultura associada à tradução em um contexto mundial.

A cultura japonesa é, paradoxalmente, muito visível e, ao mesmo tempo, muito pouco conhecida. Desde o século XIX, a arte e a literatura do Japão se tornaram um importante elemento na renovação das formas e gêneros literários das mais diversas partes do mundo. No Brasil — país do mundo com maior número de descendentes de imigrantes japoneses —, a poética tradicional japonesa encontra ecos na obra e na teoria de autores dos mais diversos movimentos literários.

No entanto, o ensino de literatura, assim como a reflexão sobre o cânone de obras fundamentais da literatura dita “universal”, em universidades brasileiras, continua a proceder como se o confortável rótulo de “ocidental” servisse tão bem ao caso brasileiro que dispensasse o exame de obras literárias do Japão. Comparada a outras literaturas nacionais de língua estrangeira, a japonesa é frequentemente ignorada na construção de cânones e de corpora de estudo.

O presente livro é uma importante contribuição para o debate sobre as relações entre cânone, tradução e o que, por falta de nome melhor, nós chamamos de “ordem mundial”. Sua leitura nos permite compreender que, longe de ser uma exceção ou um exemplo exótico na história da tradução, o caso japonês reflete e ilumina tendências internacionais dos mais diferentes períodos dessa historiografia.

A partir da pesquisa aqui realizada, é possível compreender que, mais do que a literatura europeia, a japonesa é semelhante à da América Latina justamente pela percepção tradicional de que se trata de uma literatura periférica. A reflexão de Nathália Martins passa por questões tanto japonesas como brasileiras relacionadas à leitura de textos em tradução e à concepção de um contexto internacional no qual circula e se refrata a literatura do mundo.


Andrei Cunha
Doutor em Literatura Comparada
Professor de Literatura Japonesa
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Literatura Estrangeira

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