A Travessia da Terra Vermelha – Uma saga dos refugiados judeus no Brasil conta a saga das famílias alemãs, judias e cristãs, que fundaram a cidade de Rolândia. Para escrever o romance o autor ouviu, praticamente, todos os descendentes diretos dos pioneiros no Brasil e na Alemanha.
Naquela época a região de Rolândia era uma verdadeira selva. Fugindo da perseguição nazista, os refugiados judeus atravessaram o oceano Atlântico, embarcaram no trem até o Paraná e acabaram encontrando alemães nazistas em plena floresta, no interior do Brasil. O livro mostra fotos das festas que os nazistas realizavam para comemorar o aniversário de Hitler, o contraste entre as bandeiras nazistas e o verde das florestas brasileiras.
Entre os refugiados judeus estavam médicos, físicos, botânicos, artistas, advogados, juristas, professores universitários que foram obrigados a deixar a vida confortável que levavam na Alemanha para plantar mandioca e cuidar de porcos no Brasil.
Ajudados por um ex-deputado do partido católico alemão, pouco antes de Hitler começar a matança dos judeus, eles conseguiram retirar parte do dinheiro que tinham e comprar terras no Brasil. Esse ex-deputado católico também morou no mesmo refúgio com a família.
O livro conta as dificuldades que essa gente teve que enfrentar no meio do mato, as doenças, os insetos, os bichos, o preconceito, a falta de socorro médico, a saudade dos amigos e parentes que não conseguiram fugir e morreram nos campos de concentração. Esse povo acompanhava as notícias da guerra por um único rádio que a polícia política só permitiu que ficasse na colônia porque pertencia a um imigrante polonês.
A Travessia da Terra Vermelha – Uma saga dos refugiados judeus no Brasil é resultado de 4 anos de pesquisa. Durante esse período, Lucius de Mello recolheu diários, anotações, fotografias, cartas, documentos e gravou dezenas de entrevistas. Parte desse material também ilustra o romance que tem apresentação da professora doutora em História da Universidade de São Paulo – Maria Luíza Tucci Carneiro, pesquisadora do LEER – Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação ligados ao Departamento de História da Universidade de São Paulo. Sobre o autor ela diz: ‘Com artimanhas de escritor experiente, mescla ficção e realidade recuperando o cheiro da terra, o aroma dos chás prussianos requentados em terras brasileiras, as mágoas e as paixões secretas até então silenciadas. É na trama destes interesses velados que os preconceitos ganham forma e a coletividade deixa saber exatamente quem ela é.