A Vanguarda Antropofágica

A “Vanguarda Antropofágica” analisa a atuação de uma das correntes mais dinâmicas do Modernismo: aquela representada pela ‘Revista de Antropofagia” (1928-1929), animada por Oswald de Andrade e que circulou em duas fases, sob a direção de importantes escritores modernistas (Raul Bopp, Antônio de Alcântara Machado, Jaime Adour da Câmara).

A Antropofagia radicaliza atitudes estéticas e ideológicas esboçadas pelo movimento de 22, ou melhor, realiza um balanço crítico contundente dos saldos deixados pela rebeldia literária da Semana. O processo paródico e a técnica da montagem são usados para profanar os mitos da cultura oficial e, em determinado momento, também os expoentes do nosso Modernismo.



Maria Eugenia Boaventura seleciona os textos antropofágicos mais importantes e representativos do grupo, reconstruindo criticamente o corpo de idéias e teorias da Antropofagia e estudando os seus recursos expressionais característicos: a colagem e a paródia. Explicita as afinidades entre as várias correntes européias de vanguarda e a antropofagia oswaldiana. Deste confronto, o movimento antropofágico ressurge com identidade, avaliado a partir da sua contribuição para o reexame dos problemas culturais brasileiros da época feito sob novo prisma e com uma linguagem atualíssima.