A varanda onde penduramos nossas bexigas

[...]
pela tua boa a sucção de meu seio
teu coração e tua pele
teus limites me rodeiam como notas breves
caindo
sob a escada
de uma partitura
4/4
(me carregas)
[...]

As personagens deste lilvro enfrentam a crueldade de um autor que escreve-as dentro da palavra mãe.
Haverá momentos em que você vai ler o que está acontecendo no presente da mente, outros em que o registro estará no passado da escrita ou, ainda, momentos em que os acontecimentos serão apenas o que diz um narrador.
Aqui em suas mãos, a palavra mãe caminhará como vervo de geração. Quando gerar-se algo novo dentro desse significante, haverá a indicação de um hiato no significado anterior e você saberá.
Se tu não esqueceres do tempo e seu poder destrutivo sobre os signos, a morte apenas antecederá o nascimento de um significado novo para habitar o que é o ser mãe. Por outro lado, se deixares a poesia da língua te distrair e não avançares com o corpo para dentro do texto, água em seus pulmões.
Meu convite é para que você aproveite as flores, as bocas, os olhos, as páginas. Quanto mais você habitar as palavras, mais sentido pode nascer (e menos tu te afogares).

Murilo Figueiredo Martinez Ribeiro nasceu no mês de Outubro de 1996, em Suzano, cidade da Grande São Paulo. Sua autora favorita é Maria Teresa Horta, mas também ama Clarice Lispector e se descobriu apaixonado por Ruth Ozeki. Acredita nunca estar andando sozinho, mesmo nos lugares mais escuros, veste um manto de luz.

Ficção / Literatura Brasileira