Este é um livro dedicado a todos que me fizeram escrevê-lo, escritores, amigos, poetas e leitores atentos, e para eles o livro foi feito, além de todos os outros que poderão aproveitar os conselhos, os relatos e as experiências. Para me ajudar a escrevê-lo, criei um blog que chamei simpaticamente de Ibis Libris Book Log (ibislibrisbooklog.blogspot.com), onde iria registrar o dia a dia da editora, com todas as suas idas e vindas, e publicar igualmente os comentários dos incentivadores, que transcrevi aqui.
Desde que ingressei (de vez) para o mercado editorial em 2000 ao fundar minha editora, descobri que pouco ou nada se sabe sobre o ofício de editor, que tudo o que eu fazia era novidade para a maioria das pessoas.
Como edito livros desde 1980, para mim, isso já fazia parte da minha fisiologia. Abrir a editora foi um passo a mais, para o qual eu precisei só de um empurrãozinho de um amigo que me pediu que lhe editasse o livro. Há dez anos eu nem pensava em ter mais de 150 livros publicados. Isso somado ao que publiquei desde 1980 já deve passar de 200.
Sem saber, o mundo das pessoas gira em torno de livros - livros que elas leram na infância, de histórias que foram contadas para elas, livros que leram na adolescência e na juventude, e há uma tendência natural para que os escritores nasçam desses ouvidores e leitores de histórias.
É justamente essa preservação da escrita tão debatida entre os editores de livros mais preocupados com o patrimônio cultural que nos foi legado e que legamos à nossa descendência, que tentei apontar. É essa consciência que temos de manter viva, além dos negócios. Fazer livros não é só ganhar dinheiro. Não é isso para muitos autores. O dinheiro é um bônus. O ônus é fazer livros que valham a pena ser lidos.