Agonística do olhar, agonística das imagens

Cinema, espectador e história: da modernidade ocidental às formas contemporâneas de subjetivação por imagens

Se podemos dizer que os espectadores de filme surgiram com o nascimento do cinema, quais discursos e imagens nos contam essa história, das tramas da ficção às promessas e produções de realidade do cinema documental? Este livro é fruto de uma pesquisa que buscou montar um panorama sobre os impactos e desdobramentos no surgimento do observador-espectador na modernidade: da constituição das metrópoles à emergência de novas formas de sentir e pensar disparadas pelas imagens em movimentos. As tramas deste livro apoiam-se na ideia de que o cinema instaura formas de imaginar o mundo e a nós mesmos, incidindo politicamente na produção de nosso olhar e nas representações contemporâneas entre passado e futuro, entre o eu e o outro. Investigou-se nesta obra as tessituras do olhar ocidental, assim como a permanência da obra colonial, refletindo criticamente sobre as armadilhas que as relações de poder lançam aos que lutam por emancipação do que foi feito de suas histórias e representações. Nesta jornada, intentou-se pontuar continuidades e desvios concernentes à espessura subjetiva do olhar: perceber nos gestos da montagem fílmica, no intervalo entre palavras e imagens, como podemos operar politicamente frente às narrativas dominantes. Com isso, delineou-se pistas críticas que venham transpor o horizonte de privatização da subjetividade, em favor do espanto e da invenção como força política.

Cinema / Educação / Psicologia