Agora é a minha vez

“Agora é minha vez” é a segunda obra de Edmundo Desnoes publicada pelo Memorial da América Latina – a primeira, “Memórias do Subdesenvolvimento”, de 1965, foi lançada durante o 3º Festlatino. Na ocasião, também foi exibido o filme homônimo de Tomaz Gutiérrez Alea, clássico do cinema cubando, de 1968.

A atual publicação trata-se do epílogo do mais recente romance de Desnoes, ainda inédito em português, “Memórias do Desenvolvimento” (Mono Azul, Madri, 2007) e funciona como um conto longo que independe do restante do livro. A edição ainda contém uma versão roteirizada deste fragmento, assinada por Lorenzo Regalazo e pelo próprio Desnoes.

“Eu pertenço à geração que acreditou que estava mudando a vida, criando um mundo melhor. Nossos filhos e nossas filhas herdaram um mundo em agonia; um mundo em constante crise econômica e limitado pela escassez de liberdade, produtos e oportunidades”, diz o autor na introdução.

“Agora é minha vez” retoma o personagem principal de sua obra principal. O intelectual cubano abandonou a revolução e o “subdesenvolvimento” apenas para descobrir que não cabe em sua nova vida, o “desenvolvimento”. Para tal, retrata o encontro de duas gerações de cubanos nos EUA, pai e filha, marcados pelo peso da morte das utopias e pela carência de perspectivas da juventude atual. Ao fundo, a queda das Torres Gêmeas reflete o momento histórico que nos indica a destruição a passos largos de uma cultura antes tida como a mais poderosa.

O livro será lançado no mesmo dia da exibição (na Sala 1 do Memorial, às 21h do dia 14) do filme homônimo ‘Memórias do Desenvolvimento’, adaptação para o cinema do diretor cubano Miguel Coyula e rara co-produção Cuba/EUA. Miguel Coyula tem presença confirmada no Festival. A película inédita no Brasil é uma colagem de lembranças e sonhos, um composto de ficção, animação e elementos documentais.