Agua No Oriente Medio

Água no Oriente Médio- o fluxo da paz traz um estudo profundo do paradigma escassez hídrica e conflito, em que a segunda variável seria consequência da primeira. Esta abordagem é nova e pertinente por dois motivos- (1) mesmo sem fundamentação científica, empírica e conceitual, a relação escassez hídrica-conflito é amplamente difundida como fato nos meios acadêmicos e políticos, na mídia e nos livros didáticos; e (2) a influência dessa suposta relação é negativa sobre a opinião pública e reaviva pensamentos fatalistas, como a teoria malthusiana. A escolha do Oriente Médio como base empírica do estudo decorre da associação direta da região com os dois elementos do paradigma- a escassez hídrica e os conflitos. Embora, de fato, estes dois elementos estejam presentes naquela região, a relação causal que se atribui entre eles é questionável. Água no Oriente Médio- o fluxo da paz é o resultado de uma ampla e exaustiva pesquisa realizada pelo autor entre 2010 e 2011 na Universidade de Damasco (Síria). Os focos dessa análise forma a bacia do rio Eufrates, onde há o compartilhamento do recurso hídrico pela Turquia, Síria e Iraque, e os países do Golfo Pérsico, onde a tecnologia de dessalinização, gradativamente mais eficiente e barata, tem assegurado o abastecimento de água. Contudo, os resultados não se restringem ao Oriente Médio mas se ampliam para a escalada global, já que a maioria das principais bacias internacionais são compartilhadas por acordos e mais de 300 milhões de pessoas já fazem uso da água dessalinizada. O estudo conclui que, tanto o compartilhamento como a tecnologia tornam insustentável a hipótese da guerra da água, o que é reforçado pela sua nova conceituação como um recurso inesgotável do planeta. Assim, este livro traz uma nova perspectiva que contraria o fatalismo predominante, conduzindo o leitor a compreender a água pelo fluxo da paz.