As conseqüências do erotismo de Lewis Carroll, autor do mundialmente famoso "Alice no País das Maravilhas", na vida de sua pequena musa inspirada Alice Liddell, é o tema de "Alice aos 80" (Alice at 80, tradução de Aulyde Soares Rodrigues, 256 páginas, Cz$ 97,30, Editora Rocco), Carroll era pedófilo, tendência que disfarçava com o hábito de fotografar suas amiguinhas, doces e meigas meninas de 7 a 10 anos, entre as quais Alice que, assim como Carroll, tornou-se inteiramente cérebre - mas que lhe causou sérios problemas em sua vida particular. Neste livro, a narrativa começa quando, aos 80 anos, Alice recebe o título de doutor honoris causa, concedido por uma universidade americana como parte das comemorações de nascimento de Carroll. A partir daí, combinando realidade e ficção, Slavitt mostra os efeitos que aquele remoto relacionamento poderia ter exercido sobre a vida de Alice, de seu marido, seu filho e duas outras antigas modelo-mirins do reverendo e matemático, uma das quais tornou-se atriz e a outra, dona de um bordel.