Alquimia Taoísta - diálogos, é uma obra densa, que precisa ser lida com a seriedade de quem se esforça para compreender para além das palavras, vivenciando o que elas são capazes de despertar em seu cotidiano - não, apenas, o que elas dizem corriqueiramente - e respeitando, sobretudo, a cultura chinesa, que a reveste com o peso milenar de seus símbolos, rituais e refinamento alegórico. Na rota desta compreensão sine qua, três aspectos que costumam embaraçar - e embaçar - a mente do sujeito-leitor, o Real, o Imaginário e o Simbólico, se resolvem espendidamente na Alquimia, cada aspecto ocupando seu devido lugar sob a perspectiva da Unidade, a única chave-mestra, e diretriz, com capacidade para apaziguar a crise que o homem vem atravessando há séculos e que se resume na ignorância da própria origem, a descoberta da própria identidade, o Édipo arquetípico de sempre... Esta é a transmutação que se oculta ao final de um longo percurso, durante o qual o iniciado, munido de fé incondicional e disciplina férrea, encontra o Si Mesmo, apesar de si mesmo, apesar dos falsos alquimistas, apesar das interpretações oportunistas dos manipuladores de consciências, apesar, enfim, de tudo e de todos.