Este livro estuda os impasses que a teoria do discurso de Michel Pêcheux encontra em seu percurso, atribuindo-os à articulação realizada pelo autor entre o materialismo histórico e a psicanálise. Discute-se o fundamento dessa articulação, feita em torno da identificação entre o Sujeito althusseriano e o OUtro lacaniano, de que resulta a definição de forma-sujeito, desconhecedora da dinâmica pulsional que está na base da concepção psicanalítica da subjetividade. Retoma-se, então, o apelo de Pêcheux à psicanálise, fazendo-se intervir, na teorização sobre o sentido no discurso, a noção de sujeito do desejo inconsciente. Essa releitura implica a reconsideração das noções de língua e historicidade, bem como a atribuição de um novo estatuto à enunciação no quadro da análise de discurso.