Além do célebre "Poemeto Campestre" Antônio Chimango, sob o pseudônimo de Amaro Juvenal, Ramiro Barcellos produziu uma miríade de textos só agora reunidos m livro: são poemas e crônicas, assinados por Ramiro e seus pseudônimos, de exuberante verve satírica, evidenciando a habilidade com a palavra e a forte convicção na defesa de seus pontos de vista, tanto em poesia quanto em prosa, assim como em discursos e textos de combate e polêmica, estes, no mais das vezes, em chave republicana e antipositivista. Acompanhando uma extensa parte da obra de Ramiro, este volume apresenta texto de Sérgio da Costa Franco sobre a força crítica da ironia e da blague, traços essenciais da escrita de Ramiro. Ainda, documentos e reportagens de época repõe em cena aquele tempo vertiginoso da Primeira República, iluminado por um ensaio de fôlego de Gunter Axt acerca das posições do autor no campo da economia e da gestão pública. Este material, apresentado, organizado, e preciosamente anotado por Luís Augusto Fischer, também autor de um ensaio panorâmico sobre os vários aspectos da obra ramiriana, chega às mãos do leitor de hoje, oferecendo uma figuração de personalidade complexa e multifacetada de Ramiro Barcellos e, com ela, um significativo quadro de nosso país, cem anos atrás.
Crônicas / Poemas, poesias