A primeira vez que a vi, estava voltando do prédio de Matemática da UCLA, e achei que era uma menina levando uma surra de uns valentões. Meu pai me ensinou a defender os menores e os mais fracos, e nunca permitir violência contra uma mulher... Acho que isso tem alguma coisa a ver com a história da mamãe antes de eles se conhecerem. Mas não importa. Não consigo admitir abusos de qualquer espécie com uma pessoa mais fraca.
Corri pra socorrer a garota. E dei de cara com os olhos azuis mais lindos que já vi na vida. Um rostinho de boneca. Fiquei sem ação... Lembrei das palavras do papai contando como ficou a primeira vez que viu a minha mãe.
Só que a mamãe era doce, suave... Essa menina mais parecia um filhotinho de leoa. Os cabelos vermelhos bagunçados da briga lembravam os pelos de uma raposa, bochechas rosadas de raiva e os olhos brilhando como duas pedras de safira, me tiraram o fôlego. Aqueles lábios carnudos e vermelhos abriram-se e, quando achei que iria sair um lindo agradecimento diante de meu ato heroico de salvamento...
A raposinha começou a me xingar, soltando um monte de absurdos, que conhecia meu tipo e que eu não a enganava. Que ela sentia cheiro de armação de longe. Que eu era tão riquinho, besta e nojento quanto todo o resto. Deu um chute na minha canela, virou as costas e saiu batendo o pé, sacudindo uma bunda que, de criança, não tinha nada!
— Rapaz... Mas o que foi isso? O que te falta em altura, sobra em atitude, garota! — Gritei pra ela...
Completamente desequilibrada. É linda, mas é meio doida. Gostei dessa garota. E segui meu caminho, rindo sozinho.
Jovem adulto / Romance