Os cenários são comuns. Uma cidadezinha pacata com uma população acostumada à rotina, uma praia deserta distante do povoado, uma varanda com um pôr do sol privilegiado. A regionalidade presente na escrita faz com que o leitor se sinta em casa. Não é uma mudança drástica de ambiente. Não incomoda, não é tão novo, apesar de ser algo inédito. O que tira o fôlego são os personagens. O que cada um enfrenta em situações que desafiam a lógica. A linha entre o real e a fantasia é tênue. A narrativa, ora apressada, ora mais lenta, embala o leitor em lendas, assombrações, miragens e causos. Apuê, do autor Sérgio Prado Moura, reúne seis contos que dialogam sobre duas coisas que possuem muito ou muito pouco em comum, a depender do ponto de vista e da interpretação de cada um: a vida e a morte. Em tupi-guarani, apuê remete àquilo que está longe, distante.
Contos / Literatura Brasileira