Preocupamo-nos com reflexões sobre a leitura, entendendo leitura em sentido amplo, não simplesmente a leitura como decodificação de um enunciado, mas a leitura que exige do leitor um posicionamento sócio-histórico, uma memória-do-dizer, já que os textos são produzidos a partir de outros textos, outras vozes que se cruzam continuamente. Isso significa que leitura, para nós, envolve toda possibilidade de construção de sentidos; portanto, concebemos leitura como atividade de interpretação.
Sabemos que todo homem está fadado a interpretar. Desde cedo, o sujeito atribui sentidos ao mundo, a sua relação com a família, com a sociedade que o cerca, e vai construindo uma representação simbólica sobre a realidade que o envolve.
Embora a interpretação linguajeira (interpretação cotidiana da linguagem, sem embasamento teórico) acompanhe o homem em todas as suas atividades, percebemos, na posição de docente, que os alunos apresentam uma forte resistência e, muitas vezes, insegurança para realizar as tarefas relacionas à leitura e interpretação, no contexto escolar, pois aqui a interpretação precisa estar baseada em aparato teórico (o que, na maioria das vezes, não é o mais adequado, e nem existe, conforme veremos).
Educação