As aventuras de Luther Arkwright - Vol. 2

As aventuras de Luther Arkwright - Vol. 2 Bryan Talbot


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As aventuras de Luther Arkwright - Vol. 2


As Portas da Percepção




Bryan Talbot (leia entrevista exclusiva no Omelete) tinha 14 anos no ano mágico de 1968, quando o mundo virou do avesso e os jovens mostraram sua força em vários países. Um dos resultados desta revolução foi a estranha década de 70, com seus rebeldes sem causa que queriam mudar o mundo, mesmo sem saber por onde começar.



Talbot freqüentou a faculdade nessa época. Queria estudar Belas Artes, mas a arte abstrata (em voga como conseqüência da Guerra Fria) não o interessava. Optou, então, pelo curso de Design, onde deu início a alguns trabalhos de quadrinhos. E leu bastante: desde detalhes da História da Arte até o anarquista russo Kropotkin bem como os livros de sci-fi do britânico Michael Moorcock.



Era tempo bom para se rebelar contra o "sistema". Família, igreja, governo, relações internacionais tudo deveria ser criticado pois a transformação parecia ser a única lei. É nesse clima efervecente que entra a HQ, As Aventuras de Luther Arkwright.



A história começou a ser serializada na antologia inglesa Near Myths em 1978. Não se passa numa única realidade , mas sim em várias dimensões paralelas. Em uma delas, a dinastia do ditador inglês Oliver Cromwell persiste até o século XX; em outra, a Alemanha venceu a II Guerra. E assim sucessivamente por infintas alternativas. nessa miríade de universos, Luther Arkwright é o único ser que não tem contrapartes nas paralelas e que consegue andar livremente entre elas.



Ele utiliza sua habilidade especial para prestar serviços a uma equipe que age a partir da paralela 00.00.00. Desde seu recrutamente, ele está sempre em ação, incitando um armistício ali, liderando rebeldes lá e assassinando um ditador acolá. No entanto, tudo se complica ainda mais quando seus principais inimigos, os Dilaceradores, tomam posse da Opala Flamejante, um artefato que pode destruir todas as realidades de uma só vez. E pior: eles já a ativaram. Agora, cada paralela está ruindo internamente.



Em meio a esse terremoto pelos diversos continua, Luther tem de depoir um governo-fantoche dos Dilaceradores nas ilhas britânicas da paralela 00.72.87, realidade a partir da qual pode ser implementado o projeto Ragnarok, um ataque decisivo contra a base dilaceradora.



Complicado&qt& Então, adicione a esse sci-fi nem um pouco convencional doses de humor, sexo, intrigas, misticismo e o propósito da vida. Imagine que, mesmo com todos esses elementos, Talbot consegue manter a narrativa limpa e coesa. E, por fim, tenha em mente que o trabalho precede as "grandes obras dos quadrinhos" dos anos 80.



Sobra espaço para a crítica à política inglesa e mundial, e algumas brincadeiras com a Igreja. A époda, sem sombra de dúvidas, prestava-se para tanto no que diz respeito ao mundo e ao próprio autor. Não pense, porém, que estamos falando da inconseqüência de Beavis & Butt-Head - Talbot solta seus comentários com clareza de visão, sem jamais esquecer a irreverência (anarquista, diria Alan Moore).



As Aventuras de Luther Arkwright é obra de referência para quem quer ver uma exploração primorosa da narrativa dos quadrinhos, e, de quebra, conhecer a força criativa de um dos quadrinhistas menos reconhecidos das últimas décadas.



Quer saber qual foi a inspiração de Grant Morrison quando começou a escrever HQs&qt& Ou o que influenciou Warren Ellis, Neil Gaiman, Alan Moore e toda uma geração de criadores britânicos&qt& Leia logo e não se arrependa.

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Leonardo T.
cadastrou em:
25/08/2009 12:24:41

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