De tanto coçar e esfregar seu olho esquerdo, Max o arrancou. Não teve dor, nem sangue, nem nada, a não ser a surpresa de vê-lo livre do corpo, explorando o mundo com sua inesgotável curiosidade até chegar ao fundo do mar. O livro As aventuras de Max e seu olho submarino, escrito pelo mexicano Luigi Amara, é uma sucessão de poemas em diversos formatos – quadras, sonetos, haikus – que, compilados, narram as estripulias deste olho aventureiro e de Max, o menino, que desde então tem um olho só.
Unindo elementos do humor, do absurdo e do escatológico, os poemas de Amara mostram que, de perto, todo mundo é um pouco esquisito. O avô que não quer ficar velho acredita em Max, e sua tia, que sonha de olhos abertos, é quem costura seu tapa-olho. A dieta da mãe e os estranhos costumes da irmã, Maria Camila, que adora comer mato, grãos e sementes, deixam Max um pouco desconcertado. E até o pai e o gato entram na história desse menino que enxerga dois mundos ao mesmo tempo – aquele em que ele vive e outro, debaixo d’água, no qual vive o olho.
O olho submerso, de dentro de uma ostra, também vê muita coisa. As enormes baleias que parecem ilhas, com suas palmeiras de água, a enguia em curto-circuito e os mais diversos seres marinhos são retratados pelos desenhos divertidamente obscuros Jonathan Farr. Indicado para crianças a partir de 8 anos, este pitoresco livro de poemas é capaz de encantar leitores de qualquer idade.
Sobre o autor: Luigi Amara nasceu na Cidade do México, em 1971. Poeta e ensaísta, recebeu diversos prêmios literários, entre os quais o Prêmio Nacional de Poesia Jovem Elías Nandino (1998) e o primeiro lugar do concurso internacional Manuel Acuña (1996).
Sobre o ilustrador: Jonathan Farr nasceu em Oxford, Inglaterra, em 1973. Além de ilustrar livros infantis e juvenis, dedica-se à pintura mural e à criação de vitrais para templos.