Produzida para servir de instrumento didático, a obra As aventuras de Ngunga se fez uma espécie de pedagogia do homem novo, que nasceria e cresceria em uma nação livre e soberana. Hoje, passados 40 anos de sua escrita, a lição ética do menino protagonista não perdeu sua força e por ela podemos sonhar que, um dia, todas as crianças do mundo terão o direito a uma vida sem desigualdades e injustiças.
Laura Cavalcante Padilha - Universidade Federal Fluminense
Ngunga é o menino da errância, o herói itinerante, cujo percurso traça um painel da luta de libertação de Angola. Sua viagem representa a travessia de iniciação dos guerrilheiros que sonhavam com a independência. O livro discute ideologicamente a guerra contra o colonialismo português, mas também ressalta a importância dos valores éticos e humanos, criticando a usura, a mentira, a falsidade, seja dos colonizadores, seja de chefes tradicionais angolanos que escondiam as provisões dos guerreiros, guardando-as para si e seus familiares.
Carmen Lúcia Tindó Secco - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance