As entrevistas de Nuremberg

As entrevistas de Nuremberg Leon Goldensohn


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As entrevistas de Nuremberg


Conversas de um psiquiatra com os réus e as testemunhas




Leon Goldensohn foi psiquiatra da prisão de Nuremberg por sete meses. Responsável pela saúde mental das mais de duas dezenas de líderes alemães que haviam sobrevivido à guerra e que então lutavam por suas vidas no Tribunal Militar Internacional, Goldensohn acompanhou o dia-a-dia dos prisioneiros e realizou longas entrevistas com muitos deles - e também com grande número de testemunhas de defesa e de acusação.

Chocantes, os depoimentos revelam uma dimensão pouco explorada do Holocausto, colocando em questão a culpa individual de cada um desses homens, todos altos membros do partido nazista, que alegam a falta de consciência das atrocidades praticadas pelo Terceiro Reich.

"Eu ainda não estava a par do extermínio dos judeus por Hitler, fato que vim a conhecer pela primeira vez em Nuremberg." Com essa frase, o almirante Karl Doenitz, sucessor do Führer no período em que a Alemanha se rendia, tenta mostrar como, a despeito do alto posto, pouco sabia sobre os horrores conduzidos pelo nazismo.

Em "As Entrevistas de Nuremberg" estão reunidos, pela primeira vez, depoimentos inéditos de oficiais nazistas acusados de crime de guerra, bem como de diversas testemunhas, colhidos enquanto esperavam pelo julgamento. Relatos improváveis, que proporcionavam uma incursão a um lado até então desconhecido das atrocidades cometidas durante o Holocausto. O autor, Leon Goldensohn, foi oficial do exército norte-americano no período da Segunda Guerra Mundial e psiquiatra da prisão de Nuremberg durante sete meses.

O julgamento de Nuremberg teve início em 20 de novembro de 1945 e constituiu um marco do direito internacional. A tarefa primordial da acusação consistia em provar que houve um plano claro, compartilhado pelos líderes nazistas, que preconizava uma série de crimes específicos, entre eles o assassinato em massa de judeus.

As entrevistas mostram, no entanto - e esse talvez seja seu aspecto mais assustador -, uma falta de visão do todo por parte dos acusados, ou uma leitura fragmentada e talvez cínica do processo. Não havia, segundo eles, um projeto comum conhecido por todos e, nesse sentido, só dois homens poderiam ser responsabilizados pelos crimes de guerra: Hitler e H. Himmler, importante colaborador da SS, que, como o Führer, se suicidou nos últimos dias de vida do Terceiro Reich.

Desafiando a lógica e a própria compreensão da natureza humana, "As Entrevistas de Nuremberg" perpassam a história do nazismo por meio de biografias conturbadas: num processo de expiação de culpa, os réus tentam lidar com o peso de um massacre étnico, precisam compartilhar responsabilidades e se vêem às voltas com o dilema moral e existencial de tentar encontrar lugar para tais atrocidades em suas trajetórias pesoais.

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on 5/12/09


Esta obra traz um resumo das entrevistas feitas pelo psicológico americano aos prisioneiros de guerra nazistas. Destaque para a entrevista de Rudolf Höss falando de Auschwitz. Para completar a leitura, sugiro assistir ao filme "Julgamento de Nuremberg".... leia mais

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William Wagner
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Alê | @alexandrejjr
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01/02/2022 09:40:19

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