Em As faxineiras sabem de tudo, Ana de Santana narra a jornada de Régia e Reinaldo, uma potiguar e um paulista que, em meio às dificuldades econômicas do país, decidem ir tentar a vida como imigrantes nos Estados Unidos. Baseado em fatos reais, a narrativa transita entre realidade e ficção, abordando temas como a luta pela sobrevivência, imigração, desigualdade social, política e criação de filhos, enquanto evidencia o papel das redes sociais na aproximação das pessoas, na militância e na difusão das vozes de setores sociais mais periféricos.
Com dois focos narrativos e uma trama não linear, o enredo convoca o leitor a mover-se por recortes espaço-temporais diversos. A movimentação das personagens, entre os anos de 1970 a 2019, estabelece uma conexão entre países como Brasil, Estados Unidos e Venezuela. Sem insistir em contornos muitos definidos, a obra conecta cidades interioranas, como Caicó, situada no sertão do Seridó, interior do Rio Grande do Norte, a metrópoles como Nova Iorque e São Paulo.
O romance As faxineiras sabem de tudo alcançou o primeiro lugar no Prêmio Maria Eugênia Montenegro de Romance no ano de 2020, promovido pela Fundação José Augusto com recursos da Lei Aldir Blanc.
Ana de Santana é natural de Caicó, interior do Rio Grande do Norte. Em Natal, onde mora desde o início da década de 1990, concluiu mestrado e doutorado em Literatura Comparada pela UFRN, de onde também se tornou professora. Além de livros, artigos e ensaios sobre literatura e educação, tem textos em obras coletivas de poesia e crônicas. Publicou também em 2021, pela Sol Negro Edições, Bicicletas para descer ladeiras à noite, seu quarto livro de poesia. Os três livros anteriores são: Danaides (2005). Em nome da pele (2008) e À unha (2016). Este último, que reúne poemas de cunho feminista interseccional, está disponível gratuitamente no repositório da EDUFRN.
Ficção / Literatura Brasileira