A atriz Zsa Zsa Garbor não tirava seus brincos de pérola nem para dormir. A estilista Coco Chanel era apaixonada pelo valor e brilho das jóias. Já Elisabeth Taylor é uma das maiores colecionadoras do mundo de gemas preciosas. Dos filósofos Hegel e Kant às musas de Hollywood, o autor Richard Klein recupera histórias oficiais e outras de bastidores para falar do impacto e da importância das jóias através dos séculos. A obra As jóias falam – uma tese romanceada chega ao mercado em outubro, pela editora Rocco.
Para Klein, as jóias são uma expressão relevante da cultura humana e possuem significados próprios. Por isso, ele levanta a história do bem precioso sempre em contraponto à trajetória de personalidades de épocas distintas. O autor relaciona mulheres fascinadas por jóias com teorias filosóficas, mas mantém a clareza e a ironia no texto. As jóias falam – uma tese romanceada mistura ficção, história e pesquisa acadêmica para falar das grandes e delicadas gemas preciosas, e de vidas atravessadas pelo fascínio que elas exercem.
O autor destaca também o poder de sedução das jóias. Para Klein, uma gargantilha atrai o olhar para a parte mais sensual da mulher, enquanto correntes nos tornozelos só devem ser usadas por prostitutas e odaliscas. A volúpia exercida pelo brilho da jóia não é só sexual: uma pedra preciosa funciona também como demarcação social e influência política. No século XVIII, as jóias exerciam intenso poder místico.
As jóias falam é narrado em tom confessional. Como uma pretensa autobiografia, o narrador recupera histórias sobre jóias e as conta para sua sobrinha Zeem, para que ela conheça o valor da herança que vai receber do tio. Obra que fala da sedução exercida pelo que o autor define como "estranha luz que as jóias lançam naqueles que as usam", o livro estabelece uma relação de proximidade com o leitor do começo ao fim.