As oito mortes do título na verdade são vinte ou mais, espalhadas por todos os contos desta coletânea. Morte de tudo quanto é jeito: por enfarte, embriaguez, aneurisma, suicídio, acidentes, estupro, afogamento, loucura, diagnóstico médico equivocado. Que ninguém, porém, pense que a morbidez é nec plus ultra desses curtos relatos cheios de vidas vazias e decrépitas, bichos (reais e metafóricos), reviravoltas, obsessões, ironia (do autor e do destino), solidões pervertidas e personagens tão insólitos quanto podem ser um imortal que morre sete vezes até finar-se definitivamente aos 194 anos e o filho de um diplomata que entra nas obras primas da pintura universal como Alice entrava no espelho. Aproveitando os passes que recebeu de Kafka, Borges e García Márquez, João Pedro Paes Leme, jovem craque na imprensa esportiva televisiva, estreia na ficção marcando 15 gols.
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