Sempre gostei de brincar com palavras. Fazia isso nas horas mais inesperadas, andando de carro, tomando banho e mesmo, confesso, ouvindo outra pessoa falar. Alguém dizia que abriu não sei o quê e eu lembrava do mes de abril. Lia que fulano levou um tapa e pensava no verbo tapar. Via uma pena de ganso e logo sentia pena. Imaginava um atirador atirando sua dor para bem longe.
Fazia isso sem querer e até sem perceber. Um dia, me dei conta dessa brincadeira interna minha e resolvi anotar as frases que iam surgindo.
Dessas anotações surgiu a Coleção Céu da Boca. Os textos foram organizados seguindo uma ordem crescente de dificuldade, sempre obedecendo o princípio de utilizar palavras com mais de um significado.
A coleção até agora tem quatro títulos: Parte sempre a mesma parte, Às vezes me sinto sem cinto, Amar enquanto há mar e Ela nada no nada, Eu invento no vento.