Como dei a entender no Prefácio da edição inglesa de 1953, o
trabalho do livro teve sua origem numa intenção de escrever um opúsculo
combativo contra a apresentação errônea e descuidada de opiniões
políticas, pelas gerações mais velhas, como se fossem conclusões científicas.
Certa vez, num almoço com Alf Johansson, quando dávamos
vazão a nossa ira com o procedimento descuidado daquelas gerações,
ele teve a idéia de que se deveria produzir esse opúsculo popular, e
que eu deveria escrevê-lo. A história, pois, é que me envolvi tão profundamente
no grande problema metodológico de avaliação na pesquisa
econômica que esqueci meu próprio país e seus conflitos políticos. Isso
voltou a ocorrer mais tarde em minha vida profissional — começar
com um problema relativamente local, de meu país, e terminar num
problema mundial.
Nos alicerces deste livro, e em verdade de tudo o mais que fiz
na vida, encontra-se o fato excepcional de termos antes de nós uma
geração de economistas entre os quais situam-se Knut Wicksell, Gustav
Cassel, Eli F. Heckscher e, eu acrescentaria, David Davidson. Raramente
— se é que isso já ocorreu em outros lugares — o acaso mendeliano
e outros fatores fortuitos resultaram em um pequeno país com
tantos gênios trabalhando em nosso campo científico. Sua influência
sobre nós, então jovens, naturalmente foi enorme — é o que desejo
ressaltar, mesmo quando éramos contrários a eles.
Deles herdamos a ousadia de enfrentar problemas