A primeira “farsa” escrita por Gil Vicente conta a história de Constança, que com muita alegria vê o seu marido embarcar numa armada para a Índia. A Ama é deixada sozinha com a sua criada, situação que, no seu entender, é uma oportunidade de finalmente se divertir na ausência do seu marido. O drama desenrola-se por detrás da fachada épica da expansão ultramarina que, ao causar a ausência dos maridos, facilitou uma alteração no quadro familiar e contexto social portugueses da época. Com este Auto, Gil Vicente, o grande dramaturgo do século XVI, explora os aspetos cómicos da língua portuguesa, do caráter e do comportamento humano, através dos cenários absurdos em que coloca as suas personagens.