Lugar de nascimento é destino", nos diz o poeta João Filho, e livros têm o seu destino como disse um outro poeta, e este destino, dentre tantos outros, consiste em nos dar uma perspectiva que permita ressignificar as nossas histórias e as histórias tanto dos nossos entes queridos quanto dos não tão queridos, como faz esse livro.
Muitos leitores serão, sem dúvida, como eu, transportados — e aqui, outro destino dos livros — para as cidades do interior onde nasceram e foram criados, se não com a Romaria, ao menos com as procissões que nos imprimiram definitivamente o caráter do Sagrado podendo, agora, desde a perspectiva desse mundo recriado por João Filho, renovar aquela impressão, pois percebemos aquele pequeno povo de Bom Jesus da Lapa e dos romeiros que lá foram dar, envoltos e interpretados pela Paixão de Nosso Senhor e, com essa percepção, recuperamos o sentido aqui, atenuamos alguns ressentimentos ali, descobrimos o que estava oculto em alguns corações acolá.
(Por Luciane Amato > parte do texto integral reproduzido como posfácio desta obra)
Poemas, poesias