O escritor e advogado paulistano Luiz Lopes Coelho (1911-1975) é, sem dúvida, a principal referência da literatura policial brasileira nos anos 60. Entre seus livros se encontram “O Homem Que Matava Quadros” e “A Ideia de Matar Belina”, que reúne oito contos, de que separamos “A Ideia de Matar Tia Belina”, até hoje considerado pelos críticos um marco do suspense nacional. Nas investigações seu personagem central é um delegado, o dr. Leite, que antecedeu, entre poucos outros, Mandrake, de Rubem Fonseca, e Espinosa, de Luís Alfredo Garcia-Roza. Coelho, que chegou a ser advogado de nomes famosos da arte brasileira, como Oswald de Andrade e Flávio de Carvalho e frequentava as rodas boêmias de São Paulo, teve como companheira Diná Lopes Coelho, que se dedicou apaixonadamente à divulgação da pintura e escultura do país. O escritor morreu em 75 em decorrência de um acidente de carro no Guarujá e Diná, em 2003, pouco depois de concluído um documentário sobre sua participação na vida cultural brasileira.
O que fica claro nos textos de Luiz Lopes Coelho é uma limpidez sem precedentes no gênero literário por que optara, em termos de Brasil, de certa forma contrariando também o formalismo adotado na escrita de caráter profissional pelos advogados de então. Hoje suas obras são mais facilmente encontradas em sebos.