Autor de uma vasta obra no campo psicanalítico, nas ciências humanas e nas artes, além de ser pintor, cujas imagens ilustram capas de livros. Fez sua formação psicanalítica na Sociedade Britânica de Psicanálise, da qual é membro. Hoje vive em Londres.
Nasceu e passou sua infância e adolescência na Califórnia, Estados Unidos, no período em que a sociedade americana viveu a Guerra Fria, a ameaça nuclear, as lutas pelos direitos civis e outros acontecimentos significativos, como a guerra do Vietnã. Esse ambiente influenciou-o na formação de um pensamento livre, independente, criativo e imerso em um intenso sentimento humanista.
Graduou-se em história pela Universidade da Califórnia, Berkeley, e é doutor em literatura pela Universidade de Buffallo, New York. O estudo do puritanismo na Nova Inglaterra, no século XVI, conduziu-o à literatura psicanalítica. Após a graduação, iniciou o trabalho clínico com crianças autistas, ao longo de dois anos, em uma clínica na Califórnia. Em Nova York, dedicou-se à psicoterapia de estudantes da universidade onde cursava seu programa de doutoramento.
Em 1973, iniciou sua formação psicanalítica em Londres, filiando-se ao denominado Middle Group ou Independent Group da Sociedade Britânica de Psicanálise, grupo de psicanalistas que não se vinculavam plenamente e (ou) não se identificavam com as postulações dos psicanalistas reunidos em torno de Melaine Klein e de Anna Freud. Entre 1978 e 1991, foi professor e supervisor clínico no Instituto de Neuropsiquiatria Infantil da Universidade de Roma.
Além do aporte freudiano, a obra de Bollas revela a influência de autores como Frances Tustin, Donald Winnicott, Wilfred Bion e Jacques Lacan, de sua experiência clínica, e muito do que aprendeu com os grandes mestres da literatura universal. Dentre essas influências, destaca-se o papel de Winnicott, de quem Christopher procura ampliar as idéias acerca do papel do objeto nas relações interpessoais e da expressão do self.
Sua agenda de pesquisa e seus escritos abordam inúmeras questões: do sonho à interpretação, da associação livre à poética, da normose à histeria e às mais diversas psicopatologias. Inovou ao discorrer sobre a noção de self, o uso do objeto, as pulsões de vida e de morte, entre outros. Além do mais, seus escritos têm uma peculiaridade: são psicanalíticos em seu conteúdo, mas literários em sua estrutura, dificultando o trabalho dos tradutores das suas obras.
(Resenha elaborada por Carlos Cesar Marques Frausino, membro do Instituto de Psicanálise Virgínia Leone Bicudo da Sociedade de Psicanálise de Brasília).