Víktor Eroféiev


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| Local: Rússia - Moscou

Víktor Eroféiev (1947) nasceu em Moscou, mas passou parte da infância na França acompanhando a carreira diplomática do pai, que foi conselheiro do setor cultural da embaixada russa em Paris. Nos três anos que moraram lá, o pequeno Vítia teve contato com artistas como Louis Aragon, Pablo Picasso, Simone Signoret e Yves Montand.

Mais tarde, o jovem enveredou pela literatura e formou-se na Faculdade de Filologia da Universidade Estatal de Moscou Lomonóssov (MGU). Como crítico literário, começou a ganhar notoriedade com a publicação, em 1973, de um ensaio sobre Marquês de Sade na revista Questões de literatura (Literatúrnye vopróssy). Seu doutorado, sobre Fiódor Dostoiévski e o existencialismo francês, foi concluído em 1975, no Instituto da Literatura Mundial, e depois transformado em livro.

Em 1978, Eroféiev idealizou e editou, ao lado de Evguéni Popóv, a revista Metropol, que era produzida com máquina de escrever e circulava clandestinamente (samiz-dat). Os doze exemplares reuniram escritores de peso: Andrei Bítov, Andrei Voznessiénski, Bella Akhmadúlina, Fazil Iskander, Friedrich Gorenstein, Vassíli Aksiónov, Vladímir Vyssótski, entre outros. A ideia da publicação era mostrar a pluralidade de escritas, mas tornou-se um escândalo. Graças ao envolvimento com a Metropol, Eroféiev foi expulso da União dos Escritores Soviéticos e não pôde mais aparecer na imprensa oficial, e ao pai, a essa altura muito influente, a revista custou a carreira. A relação complexa com o poder soviético e o pai, que frequentava altos círculos — chegou a ser intérprete pessoal de Stálin —, foi descrita no livro O bom Stálin (Khoróchii Stálin, 2004).

Víktor organizou várias antologias literárias importantes, na Rússia e no estrangeiro, como The Penguin Book of New Russian Writing (1995). Sua carreira de escritor também é fecunda, tem quase duas dezenas de títulos publicados, como A beleza russa (Rússkaia krassávitsa, 1990), O apocalipse russo (Rússkii apokalípssis, 2008), A enciclopédia da alma russa (Entsiklopiédia rússkoi duchi, 1999) e Labirinto das perguntas malditas (V labirintie prokliátykh vopróssov, 1990), e muitos deles viraram best-sellers e foram traduzidos para várias línguas. Não raro provocadores, seus textos causaram polêmica na Rússia e criaram opositores e grandes admiradores, como o escritor Vladímir Sorókin e o compositor Alfred Schnittke. Baseado no conto de Eroféiev “A vida com um idiota” (Jizn s idiotom, 1980), retirado de antologia homônima, Schnittke compôs uma ópera (1992) que se tornou um dos seus trabalhos mais memoráveis. No ano seguinte, a história também foi adaptada para o cinema.

Víktor tem ainda longo percurso na televisão e na rádio. De 1998 a 2011, apresentou o programa literário “Apócrifo”, veiculado na TV Kultura russa. É frequentemente convidado da rádio Svoboda e do canal Dojd e, atualmente, participa do programa “Opinião singular” (Osóboie mniénie), da rádio Ekho Moskvy.

Em 1992, recebeu o Prêmio Nabókov. Em 2006, na França, foi condecorado com a Ordem das Artes e das Letras e, em 2013, tornou-se Cavaleiro da Legião de Honra.

Além das atividades literárias, Víktor Vladímirovitch Eroféiev é uma figura pública de relevo na Rússia e mantém ao longo dos anos uma postura independente diante de questões artísticas, políticas e sociais.

Ensaios
Literatura Estrangeira

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Heloisa
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